Muniz trabalha com material pouco convencional: poeira, lixo, açúcar, caviar, papel de revista, diamante... Uma de suas obras mais famosas – e que compõe a mostra – é a reprodução de Mona Lisa (foto1) feita de geleia e pasta de amendoim! Sua técnica consiste em montar seu desenho e, em seguida, fotografá-lo.
Num primeiro momento, pode-se pensar que sua arte não passa de uma ação lúdica que remete aos tempos de criança, quando brincávamos com a comida. Mas as obras deste brasileiro radicado em Nova York vão muito além. Vik Muniz impressiona. Seja pela criatividade de usar recursos tão variados seja pela tendência megalômana cada vez mais presente em suas peças, como em seus geoglifos. Ouvi muitas pessoas, ao meu redor, murmurarem expressões como “Meu Deus!”, “Caramba!”, “Esse cara é muito foda!!”.
As séries Crianças de Açúcar (foto2) e Imagens de Lixo (foto3) foram as que mais me agradaram. A primeira foi montada com imagens de filhos de operários que trabalham em plantações de cana em St. Kitts. Vik desenhou cada criança com açúcar sobre papel preto, e depois fotografou. Suas feições são alegres e cheias de esperança. São doces. A segunda deixa qualquer um de queixo caído pela magnitude da obra e pela precisão da montagem. A série é feita de desenhos gigantes de pessoas que trabalham em um lixão no Rio de Janeiro. O material usado foram os próprios detritos e entulhos que eles catavam.
A impressão que fica é que Vik Muniz não tem limites, tampouco sua criatividade.

Foto1: Mona Lisa dupla (manteiga de amendoim e geleia) (A partir de Warhol), 1999

Foto2: Crianças de Açúcar, 1996

Foto3: Atlas (Carlão) (Imagens de lixo), 2008
Um comentário:
É isso mesmo, prima. A arte, em todas as suas variantes, tem vários objetivos, e um deles é criar um canal de escapismo para as formas de domínio estabelecidas. O que temos de fazer é consumir mais e mais músicas, peças de teatro, cinemas, galerias... porque a luta contra as formas de alienação é muito desigual.
Obrigada pelo elogio! =D
Beijos pra sua família toda.
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