sexta-feira, 5 de março de 2010

Um ano de pauliceia desvairada

Olá amigos que (ainda) me acompanham pelo blog. Está mais do que claro que estou sumida por aqui, né? O silêncio não é por falta do que expressar, mas reflexo de uma fase de recolhimento. Tenho sentido que o tempo é muito mais de ver, escutar e analisar do que de falar. Uma pausa.

Mas excepcionalmente hoje quebrei o silêncio para falar do meu primeiro ano em São Paulo.

***
Esta semana completa um ano que estou aqui e quero dizer que São Paulo é, definitivamente, uma cidade extraordinária, viva, intensa e charmosa. Sua pluralidade é o que permite tantos projetos darem certo e tantas cabeças andarem juntas.

Pessoalmente, São Paulo é sinônimo de cultura. Aqui você tem acesso a todos os fenômenos que acontecem no mundo, ou que já aconteceram de forma marcante o suficiente para deixarem de cair no esquecimento e ficarem perpetuados nos espaços coletivos.

E no campo profissional, estou satisfeita. Trabalho atualmente na assessoria de imprensa e na campanha de um deputado federal daqui, cujo trabalho eu já conhecia desde Brasília e considero sério e comprometido. Sem contar que até mês passado trabalhava também em alguns projetos da AYK Consultores Econômicos, de uma economista brilhante, que vou ter sempre como exemplo (afinal, a dita cuja foi a primeira mulher a ser diretora da BM&F). Ela não é fraca.

Mas a maior cidade do hemisfério sul é também sinônimo de frieza e solidão. E o que me incomoda de forma visceral é a resistência, que chega às vezes a soar arrogante, dos paulistanos com seus imigrantes. Salvo algumas exceções (elas sempre existem), o que tenho encontrado até agora são paulistanos certos de que o Brasil se resume ao seu estado. Tenho outras críticas a eles, mas não quero criar polêmica aqui. Deixa para conversas em boteco. E problemas estruturais da cidade não preciso nem citar. Os noticiários estão aí pra não deixar ninguém esquecê-los.

São Paulo é superlativo. Tudo de bom que existe na cidade é muuito bom; é bem acima da média. Em contrapartida, tudo de ruim da cidade... É por isso que é um lugar que você ou ama ou você odeia. Eu consigo a proeza de amá-la e odiá-la ao mesmo tempo, rs.

Outro agravante é que sinto uma falta doída de Brasília. Bem mais do que eu esperava sentir assim que eu a deixei. Ao me mudar pra cá, percebi que é em Brasília que consigo ter identidade com os espaços públicos, com o modo das pessoas se comportarem, com o clima... Aqui em São Paulo pareço estar fora do meu habitat natural. Mas, vou deixar pra falar da capital federal mais pra frente, no seu aniversário de 50 anos.

Enquanto isso, vou tocando o barco aqui (hahaha, não estou fazendo alusão às enchentes!) e vendo aonde isso vai dar.


São Paulo - Tarsila do Amaral

Um comentário:

RicardoMauricio disse...

São Paulo ... tudo de mais belo, e tudo de mais podre ... saudade de brasília tbm ... bjo