
Para sustentar seu único empreendimento, Zinos passa por diversas situações tragicômicas. Como ter um falso amigo alemão sempre por perto esperando poder comprar o galpão para aproveitar a especulação imobiliária da cidade, administrar um cozinheiro estressado e temperamental que se recusa a cozinhar pratos que não sejam refinados, ajudar um irmão recém-saído da prisão, e manter um namoro à distância com sua namorada que se mudou para China.
O público fica cativado pelo protagonista, encarnado no personagem fracassado, porém honesto e muitas vezes ingênuo, que faz de tudo para equilibrar várias situações a um passo do caos. Para piorar, ainda é vítima de uma hérnia de disco que, não raras vezes, o põe em situações hilárias.
Notadamente feito sem grandes pretensões, Soul Kitchen agrada pelo seu humor leve e sua veia underground, e com o bônus de ser embalado por uma trilha sonora que tem o seu valor. Mostra, sem austeridade e amargura, a heterogeneidade cultural atual da Europa e as dificuldades de integração de mercados tão diferentes, como o capitalismo produtivo de Zinos e o especulativo de seu amigo alemão. Vale o ingresso.
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