domingo, 25 de abril de 2010

Soul Kitchen - filme temperado com humor e despretensão

Assisti hoje à primeira comédia de Fatih Akin, o filme Soul Kitchen, há pouco mais de um mês em cartaz. Vencedor do prêmio especial do júri no Festival de Veneza 2009, o filme conta a história de Zinos (Adam Bousdoukos), um migrante grego que tenta manter um restaurante decadente no subúrbio de Hamburgo, na Alemanha.

Para sustentar seu único empreendimento, Zinos passa por diversas situações tragicômicas. Como ter um falso amigo alemão sempre por perto esperando poder comprar o galpão para aproveitar a especulação imobiliária da cidade, administrar um cozinheiro estressado e temperamental que se recusa a cozinhar pratos que não sejam refinados, ajudar um irmão recém-saído da prisão, e manter um namoro à distância com sua namorada que se mudou para China.

O público fica cativado pelo protagonista, encarnado no personagem fracassado, porém honesto e muitas vezes ingênuo, que faz de tudo para equilibrar várias situações a um passo do caos. Para piorar, ainda é vítima de uma hérnia de disco que, não raras vezes, o põe em situações hilárias.

Notadamente feito sem grandes pretensões, Soul Kitchen agrada pelo seu humor leve e sua veia underground, e com o bônus de ser embalado por uma trilha sonora que tem o seu valor. Mostra, sem austeridade e amargura, a heterogeneidade cultural atual da Europa e as dificuldades de integração de mercados tão diferentes, como o capitalismo produtivo de Zinos e o especulativo de seu amigo alemão. Vale o ingresso.


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