sábado, 27 de junho de 2009

O imigrante brasileiro representado por Jean Charles


Está em cartaz o filme Jean Charles, do diretor Henrique Goldman, protagonizado pelo ator Selton Melo e pela atriz Vanessa Giácomo. O filme tem como proposta fazer um retrato de como era o dia-a-dia do brasileiro assassinado, no metrô de Stockwell, pela polícia britânica, em 2005. Bem como de seus pares que foram procurar em Londres o que não conseguiam no Brasil, como seus primos Vivian, Patrícia Armani e Alex Pereira (este representado pelo ator Luis Miranda, que dá vigor ao filme).

De forma despretensiosa, Jean Charles apresenta ao público o contemporâneo contexto político-social da relação entre os países desenvolvidos com os classificados em desenvolvimento, mas sem ser panfletário. Henrique Goldman e o roteirista Marcelo Starobinas se concentraram em mostrar quem era Jean Charles de Menezes, afinal.

Em um debate promovido na quinta-feira (25) após a apresentação do filme em São Paulo, mediado pelo cineasta Fernando Meirelles, o diretor, o roteirista e também o produtor do filme, Carlos Nader, fizeram coro: “Nosso filme humaniza a figura do eletricista brasileiro que se virava como podia para se manter naquela cidade estrangeira”. Henrique conseguiu apresentar a realidade de Jean Charles sem torná-lo heroi. “Quando santificamos algum personagem, tiramos a essência humana dele, e não foi pra isso que fizemos o filme”, declara Marcelo.

Vale a pena assistir a Jean Charles, não que seja um filme grandioso, mas para resgatar a tragédia ocorrida há quatro anos ainda sem um fim justo. Até hoje a família do rapaz morto aos 27 anos luta pela prisão dos policiais e do delegado Iam Blair responsáveis pelo crime. Jean Charles foi confundido com o somaliano que havia tentado, sem sucesso, realizar o segundo ataque terrorista no metrô londrino. O primeiro havia sido no dia 7 de julho de 2005, matando 52 pessoas.

2 comentários:

Daniel Lima disse...

To doido pra ver esse filme, putz.
Selton Melo e Fernando Meireles são uma ótima combinação.

Leandra Lima disse...

É legal, Dan. Mas só uma coisa: o Meirelles não é diretor, ele apenas foi mediador do debate que participei. O diretor, que estava presente, é o Henrique Goldman.
Beijo grande!